InteligĂȘncia artificial
Deep Learning usado para encontrar genes relacionados a doenças

A novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Linköping demonstra como uma rede neural artificial (ANN) pode revelar grandes quantidades de dados de expressĂŁo gĂȘnica e pode levar Ă descoberta de grupos de genes relacionados a doenças. O estudo foi publicado em Natureza das ComunicaçÔes, e os cientistas querem que o mĂ©todo seja aplicado dentro da medicina de precisĂŁo e tratamento individualizado.
Os cientistas estĂŁo atualmente desenvolvendo mapas de redes biolĂłgicas baseados em como diferentes proteĂnas ou genes interagem entre si. O novo estudo envolve o uso de inteligĂȘncia artificial (IA) para descobrir se redes biolĂłgicas podem ser descobertas por meio de aprendizado profundo. As redes neurais artificiais, que sĂŁo treinadas por dados experimentais no processo de aprendizagem profunda, sĂŁo capazes de encontrar padrĂ”es em grandes quantidades de dados complexos. Por causa disso, eles sĂŁo frequentemente usados ââem aplicaçÔes como reconhecimento de imagem. Mesmo com seu potencial aparentemente enorme, o uso deste mĂ©todo de aprendizado de mĂĄquina tem sido limitado na pesquisa biolĂłgica.
Sanjiv Dwivedi Ă© pĂłs-doutorando no Departamento de FĂsica, QuĂmica e Biologia (IFM) da Universidade de Linköping.
"Pela primeira vez, usamos aprendizado profundo para encontrar genes relacionados a doenças. Este é um método muito poderoso na anålise de enormes quantidades de informaçÔes biológicas, ou 'big data'", diz Dwivedi.
Os cientistas contaram com um grande banco de dados com informaçÔes sobre os padrĂ”es de expressĂŁo de 20,000 mil genes em um grande nĂșmero de pessoas. A rede neural artificial nĂŁo foi informada sobre quais padrĂ”es de expressĂŁo gĂȘnica eram de pessoas com doenças ou quais eram de indivĂduos saudĂĄveis. O modelo AI foi entĂŁo treinado para encontrar padrĂ”es de expressĂŁo gĂȘnica.
Um dos mistĂ©rios que cercam o aprendizado de mĂĄquina Ă© que atualmente Ă© impossĂvel ver como uma rede neural artificial chega ao seu resultado final. SĂł Ă© possĂvel ver a informação que entra e a informação que Ă© produzida, mas tudo o que acontece no meio consiste em vĂĄrias camadas de informação matematicamente processada. Esse funcionamento interno de uma rede neural artificial ainda nĂŁo pode ser decifrado. Os cientistas queriam saber se havia alguma semelhança entre os designs da rede neural e as redes biolĂłgicas familiares.
Mike Gustafsson Ă© professor sĂȘnior do IFM e lidera o estudo.
âQuando analisamos nossa rede neural, descobrimos que a primeira camada oculta representava, em grande parte, interaçÔes entre vĂĄrias proteĂnas. Mais profundamente no modelo, em contraste, no terceiro nĂvel, encontramos grupos de diferentes tipos de cĂ©lulas. Ă extremamente interessante que esse tipo de agrupamento biologicamente relevante seja produzido automaticamente, visto que nossa rede partiu de dados de expressĂŁo gĂȘnica nĂŁo classificadosâ, diz Gustafsson.
Os cientistas entĂŁo queriam saber se seu modelo de expressĂŁo gĂȘnica era capaz de ser usado para determinar quais padrĂ”es de expressĂŁo gĂȘnica estĂŁo associados a doenças e quais sĂŁo normais. Eles puderam confirmar que o modelo pode descobrir padrĂ”es relativos que concordam com os mecanismos biolĂłgicos do corpo. Outra descoberta foi que a rede neural artificial poderia descobrir novos padrĂ”es, uma vez que foi treinada com dados nĂŁo classificados. Os pesquisadores agora investigarĂŁo padrĂ”es previamente desconhecidos e se eles sĂŁo relevantes na biologia.
âAcreditamos que a chave para o progresso na ĂĄrea Ă© entender a rede neural. Isso pode nos ensinar coisas novas sobre contextos biolĂłgicos, como doenças nas quais muitos fatores interagem. E acreditamos que nosso mĂ©todo fornece modelos mais fĂĄceis de generalizar e que podem ser usados ââpara diversos tipos de informaçÔes biolĂłgicasâ, diz Gustafsson.
Por meio de colaboraçÔes com pesquisadores mĂ©dicos, Gustafsson espera aplicar o mĂ©todo na medicina de precisĂŁo. Isso pode ajudar a determinar quais tipos especĂficos de medicamentos os pacientes devem receber.
O estudo foi apoiado financeiramente pela Fundação Sueca para Pesquisa Estratégica (SSF) e pelo Conselho Sueco de Pesquisa.