InteligĂȘncia artificial
Novo estudo lança luz sobre 'fadiga algorĂtmica'

Um novo estudo conduzido pela consultoria estratĂ©gica Alice Labs e pela empresa global de tecnologia Reaktor lança luz sobre o que os pesquisadores chamam de âfadiga algorĂtmicaâ. A fadiga algorĂtmica ocorre quando os indivĂduos passam longos perĂodos de tempo fazendo coisas como navegar em serviços de streaming. Nesses momentos, os sistemas de IA muitas vezes podem falhar em seu dever de satisfazer as expectativas dos usuĂĄrios se nĂŁo cumprirem. Muitas vezes, isso pode deixar os consumidores cansados.
O novo estudo identificou trĂȘs tipos diferentes de interaçÔes de IA:
- passivo: Os usuĂĄrios querem permanecer passivos em relação a um sistema algorĂtmico.
- Guiando: Os usuĂĄrios querem guiar um sistema algorĂtmico.
- Colaborativo: Os usuĂĄrios querem colaborar com um sistema algorĂtmico.
O tipo de interação de IA que um usuĂĄrio seleciona depende da situação e do que ele deseja ou precisa, e tambĂ©m Ă© afetado por experiĂȘncias anteriores com tecnologia inteligente, como fadiga algorĂtmica quando um sistema anterior falhou em atender a essas necessidades.
De acordo com os pesquisadores, a IA estå se tornando mais do que apenas tecnologia, e as marcas estão começando a perceber a importùncia de como os usuårios experimentam e interagem com os algoritmos.
Kirsi Hantula Ă© uma das pesquisadoras do Alice Labs.
âEmbora Ășteis em muitos casos, os algoritmos continuam a ser limitados por sua mecanicidade: eles nĂŁo podem prever quando os usuĂĄrios estĂŁo tendo um dia ruim e precisam de algo mais leve para assistir, nem sĂŁo capazes de entender as maneiras sutis e variadas pelas quais os usuĂĄrios os gostos evoluem e se expandem com o tempoâ, diz Hantula.
Como vĂĄrios dispositivos baseados em IA existem hĂĄ mais de dez anos, muitos usuĂĄrios jĂĄ sabem como navegar taticamente em sistemas imperfeitos. Isso significa que os prĂłprios usuĂĄrios jĂĄ começaram a lutar contra a fadiga algorĂtmica. Por exemplo, pode-se limitar um dispositivo com inteligĂȘncia artificial a suas funçÔes bĂĄsicas, como usar um assistente ativado por voz para tarefas simples.
Algoritmos de Recomendação
Os pesquisadores tambĂ©m descobriram que mais consumidores agora estĂŁo optando por nĂŁo usar algoritmos de recomendação, movendo-se mais para influenciadores externos para selecionar o conteĂșdo. Influenciadores externos ou farĂłis, sĂŁo outros indivĂduos que compartilham interesses semelhantes, e esses indivĂduos costumam ser mais confiĂĄveis ââdo que os algoritmos.
Os pesquisadores dizem que as empresas devem encontrar maneiras de combater a fadiga algorĂtmica se quiserem estabelecer relacionamentos mais fortes com seus consumidores.
Olof HoverfÀlt é Consultor Principal de Estratégia e Design de Negócios da Reaktor.
âNĂŁo se trata tanto de reinventar a IA, a IA estĂĄ funcionando bemâ, diz HoverfĂ€lt. âTrata-se de criar mais uma camada sobre esse sistema, algo que permita uma interação humana mais rĂĄpida e refinada entre o usuĂĄrio e o algoritmo. Ă uma questĂŁo de paridade: conceder ao usuĂĄrio agĂȘncia igual na tomada de decisĂŁo, permitindo que ele escolha e mude quando quiser se envolver ativamente no processo ou apenas ser guiado passivamente por ele.â
âPara nĂłs, isso tambĂ©m Ă© uma questĂŁo de Ă©tica. Acreditamos que os sistemas de IA que se entrelaçam intimamente com a vida das pessoas devem ser projetados de forma a celebrar a versatilidade humana e estabelecer os usuĂĄrios como agentes positivos e criativos na tomada de decisĂ”es algorĂtmicasâ, diz Hantula.
O novo estudo faz parte de uma colaboração de dois anos entre o Alice Labs e o Centro de Pesquisa da Sociedade do Consumidor da Universidade de Helsinque. Foi financiado pela Fundação para a Educação EconÎmica.